Shih Tzu do Cio ao Parto

13/8/10

Sob a palavra "Cio" entende-se vulgarmente o acordar do instinto sexual da cadela e, combinada a ele, a disposição dela em aceitar o macho para acasalamento, o que acontece em geral duas vezes por ano, ao contrário do reprodutor que pode ser usado para coberturar durante o ano todo.

Sabemos que a cadela tem seu primeiro cio com mais ou menos 8-9 meses de idade, podendo ser antes ou depois sem que precise ser considerado um problema. Há uma questão ainda sem uma resposta definitiva que é se deve-se ou não cruzar a fêmea no 1º cio. Eu particularmente diria que se há o cio, este é um indicativo de um aparelho reprodutor maduro. Assim como uma mulher que menstrua pela primeira vez pode gerar um filho. No entanto, assim como no humanos, uma gravidez precoce incide em uma criança cuidando de outra. No caso dos cães a fêmea está pronta a gerar os filhotes do ponto de vista físico, mas não necessariamente do ponto de vista piscicológico.

Aconselhamos cruzar no 2º cio. Geralmente pode-se afirmar que a maturidade começa tanto mais tarde quanto maior é o animal. E para mencionar desde logo o outro extremo: uma cadela já idosa deve ser coberta pela primeira vez? É uma questão que surge com certa freqüência e em todo caso é aconselhável apresentar a fêmea ao veterinário e ouvir a opinião dele, pois a compacta consistência da bacia, dos tendões e das ligações ósseas de certos animais nessa idade pode dificultar o normal nascimento de filhotes, com a conseqüência de sérias complicações também para a cadela-mãe. De qualquer forma, estas cadelas devem movimentar-se bastante e não receber alimentação farta e forte demais durante a gestação.

Muitas vezes acontece que a cadela ataca ou recusa o reprodutor na hora do acasalamento, Não raro cabe ao proprietário da fêmea a culpa, por ter se enganado na contagem da entrada no cio, que se revela por uma perda de sangue. Mas não é tão fácil, como muitos pensam, determinar essa entrada com exatidão, pois o primeiro sinal pode ser tão insignificante que escapará à nossa vista, sobretudo porque muitas fêmeas costumam lamber essas gotas. Existe porém, um "jeito" bastante simples para determinar direitinho o início do cio. 

Um pouco antes de seis meses, quando calcula-se que vai começar o novo cio, deixe a cadela dormir em cima de um pano branco, que deverá ser controlado toda manhã. Nele se notarão gotas de sangue que ela perde e que não pode lamber porque penetram no tecido, desta maneira, sabe-se exatamente o começo do cio. Contam-se então mais 10 ou 11 dias e tem início o período em que a maioria das cadelas aceita voluntariamente o macho: o corrimento sanguíneo começou a tornar-se esbranquiçado.

Mais ainda do que nos primeiros 8 dias, o criador agora tem absoluta necessidade de manter a fêmea isolada de qualquer contato com os machos, não lhe dando nenhuma possibilidade de escapar. Esta cautela deve ser tomada com o mesmo cuidado depois da cobertura realizada com o reprodutor escolhido, pois, durante todo o período do cio, os óvulos, aptos a serem fecundados, vão amadurecendo consecutivamente, podendo a cadela ser coberta por outros machos praticamente do primeniro ao último dia do período, ou seja, tantas vezes quantas ela tem ocasião de ficar perto de um cão.

O ideal é a fertilização no 11º dia do cio (momento em que 50% dos óvulos são liberados pelos ovários). O acasalamento pode ser repetido no dia seguinte. Não existem nenhuma restrição quanto aos banhos neste período.

Não se esqueça de vermifugar a cadela 45 dias após a cobertura. Pode ser também que a cadela manifeste o que denominamos "cio seco" ou "cio silencioso". Nestes casos a fêmea entra no cio sem manifestar qualquer sinal aparente. Se tiver contato com o macho, e o aceitar, poderá haver a concepção. Se não estiver junto ao macho, talvez nem seja percebido que a cadela esteja no cio. Um veterinário poderá aconselhar um tratamento de hormônios.

Cadelas que não tenham entrado no cio já com mais de 1 ano, é bem provavel que seja um caso de hypoestrinismo, o qual resulta na falta parcial ou completa de secreção ovariana. Nestes casos os períodos não aparecem. Contudo, não existe razão para se considerar a saúde da cadela afetada somente por isso. Nenhum tratamento é necessário, a não ser que haja interesse em utilizá-la para reprodução.

Certos criadores acham conveniente repetir o acasalamento para estarem seguros da fecundação, principalmente se a união não demorou o tempo necessário, que se pode prolongar, às vezes, por até 40 minutos. Todavia, não se deve deixar passar mais do que um dia entre as coberturas, a fim de evitar dificuldades no nascimento da ninhada, pois, devido ao tempo relativamente curto da gestação (mais ou menos 60 dias) é evidente que nem todos os embriões poderão desenvolver-se com o mesmo vigor e tamanho se o intervalo entre duas uniões for maior do que 48 horas.

Cada dia de diferença se faz notar no parto e é comum acontecer que, ao lado de filhotes normais, surgem também natimortos ou incapazes de sobreviver. Conseqüência de dois acasalamentos distanciados em excesso. Pode acontecer também um retardamento do ato de nascer, o que leva à morte os embriões da primeira cobertura. É claro que tudo isso também põe em perigo a vida ou, no mínimo a saúde da cadela-mãe.

A alimentação da cadela gestante tem de ser boa e variada. A melhor condição da fêmea deve ser obtida desde o dia da cobertura e conservar-se no decorrer dos próximos 2 meses. No nosso caso utilizamos rações especiais para esses períodos da linha Profissional da Royal Canin com excelentes resultados.

Quando se aproxima a hora do parto, é aconselhavel não irritar o animal com constantes carícias ou demonstrar seu próprio nervosismo. O bom criador limita-se a observar de uma certa distância, (não junto ao leito da cadela), se a mesma encontra dificuldades, se lhe faltam forças, se abre logo as bolsas, se corta os cordões umbilicais e se começa a lamber os recém-nascidos.

Na grade maioria, tudo corre muito bem. Mas se o novato é propenso a revelar excitação, é melhor comunicar-se com o veterinário antes, para saber onde poderá encontrá-lo na hora "H". É necessário que a cadela fique em supervisão nos últimos dias, a fim de evitar que dê cria em algum lugar escondido e não preparado por nós. Para saber se a cadela está prestes a dar cria, procure saber a temperatura, ela começa a subir subtamente (em estado normal é de cerca de 38,5°) e cai nos últimos dias até quase 37°. Com o início dos impulsos, a temperatura começa a subir novamente. Outro indicativo é que a cadela fica muito ofegante, como se estivesse com muito calor ou cansada, depois disso o parto deve iniciar-se em 2 ou 3 horas.

Os preparativos da cadela se evidenciam por um comportamento diferente e inquieto. Ela procura cantos escuros, para os quais leva restos de tecidos, palha e outro material que nós, porém, devemos tirar quando o parto começa. Neste dia, ou ela não come nada ou muito pouco porque, por instinto, não quer sobrecarregar intestinos e bexiga. Um pouco antes das primeiras contrações, ela se mostra mais agitada ainda, tem forte respiração e a sua vulva aumenta consideravelmente.

O lugar mais adequado para o nascimento dos filhotes é aquele que proporcione sossego à cadela e não estiver exposto às correntes de ar. Não deve ficar distante da casa, caso surja algum imprevisto. Convém aconstumá-la ao local 8 dias antes da cria. É bom ter uma cama ou caixa num tamanho que permita à cadela esticar-se à vontade e que permita a manipulação caso seja necessário durante o parto.

Colocar um colchão no local onde a cadela provavelmente irá parir é perigoso. Os filhotes podem sufocar-se no enchimento do colchão, que a cadela rasga na sua inquietação e no esforço de fazer o ninho. O melhor, por possibilitar limpeza rápida e freqüente, é utilizar papel de jornal, que pode ser facilmente trocado a qualquer hora ou paninhos esterelizados.

Enquanto os olhos não se abrem, o que acontece até o décimo segundo dia, deve mantê-los na penumbra. Só gradualmente então, leve-os ao ar livre e, mais tarde, eles podem gozar a vontade o pleno sol, o que, aliás, é indispensável para eles.

Animais portadores de doenças transmissíveis geneticamente como displasia coxofemoral, ausência dos testículos (criptorquidismo unilateral ou bilateral), alergias graves, catarata precoce, epilepsia, animais com problemas cardíacos graves, fêmeas com excesso de peso, cães com doenças sexualmente transmissíveis como Tumor de Sticker e Brucelose, não devem reproduzir. Algumas das questões acima por acentuar problemas genéticos na raça outras pela saúde das cadelas